A disfagia é uma condição caracterizada pela dificuldade de engolir comida, bebidas e até mesmo saliva. Esse problema é percebido, com frequência, em idosos que sofreram um acidente vascular cerebral (AVC).
As consequências da disfagia pós-AVC podem ser bastante graves, incluindo desnutrição, desidratação e complicações pulmonares.
Neste texto, vamos explicar — de forma clara e fácil de entender — tudo sobre a disfagia pós-AVC. Vamos responder às principais dúvidas e deixar as informações acessíveis, para que você possa reconhecer o problema e saber o que fazer ao identificá-lo.
Por que AVC causa disfagia?
Um acidente vascular cerebral (AVC), também conhecido como derrame, é uma condição que ocorre quando há interrupção no fluxo de sangue para uma área do cérebro.
Em função do AVC, o cérebro pode sofrer danos, resultando em sequelas. A disfagia é justamente uma dessas possíveis complicações.
Isso acontece porque o cérebro tem uma rede especial que controla como engolimos. Se alguma parte desse sistema for prejudicada pelo derrame, a pessoa pode começar a ter dificuldade para engolir.
Em resumo, qualquer dano ao cérebro, nervos ou músculos que controlam a deglutição (ato de engolir) pode causar disfagia.
Quais sintomas estão associados à disfagia pós-AVC?
Alguns indícios de disfagia — como sentir a comida presa na garganta ou perceber aquela tosse sempre depois que engole — são fáceis de reconhecer. No entanto, existem outros que não são tão óbvios.
Portanto, além de observar a dificuldade de engolir, fique atento aos seguintes sintomas:
- Dor ao engolir;
- Escape de alimentos pelo nariz;
- Incapacidade de controlar a saliva na boca;
- Pigarro depois de engolir;
- Perceber a voz molhada após engolir;
- Tosse ao engolir alimentos ou líquidos;
- Perda de peso sem motivo aparente;
- Pneumonia ou infecções respiratórias recorrentes (pois parte da comida ou da saliva pode estar indo parar nos pulmões).
Além disso, em termos de comportamento, a pessoa pode ficar com medo de comer e também passar a evitar situações de convívio envolvendo refeições — jantares em família, por exemplo — devido aos inconvenientes da disfagia.
O que fazer ao notar sintomas de disfagia pós-AVC?
Se você ou alguém próximo a você estiver com problemas para engolir após um AVC, é importante procurar ajuda médica.
Nesse caso, a orientação é consultar um fonoaudiólogo, que é o profissional capaz de avaliar a gravidade dos sintomas e recomendar o tratamento adequado.
Às vezes, as recomendações consistem em mudanças simples — como observar a postura durante as refeições, comer devagar, evitar alimentos duros ou difíceis de engolir e dar preferência a comidas bem cozidas e picadas.
Em outros casos, pode ser necessário fazer terapia fonoaudiológica para ajudar a melhorar a coordenação da deglutição.
Em casos graves, pode ser necessário usar um tubo (sonda nasogástrica ou gastrostomia) para alimentação, especialmente se a pessoa estiver em risco de aspiração para os pulmões e desnutrição.
Tratar a disfagia logo após um AVC é fundamental para evitar complicações e melhorar a qualidade de vida do paciente.
O que pode acontecer se a dificuldade de engolir não for tratada?
Quando a capacidade de engolir é prejudicada, comer e beber se tornam um problema. Na verdade, em função dos incômodos — dor, tosse e engasgos — a pessoa pode reduzir drasticamente a ingestão de líquidos e alimentos, o que pode resultar em quadros de desidratação e desnutrição.
Outra complicação da disfagia, que mencionamos anteriormente, são os problemas respiratórios, como pneumonia, por exemplo.
Além disso, é preciso observar que as dificuldades com as refeições podem ocasionar a perda do prazer com a comida — o que, por sua vez, pode trazer consequências ao bem-estar psicológico da pessoa. Por isso, depressão, ansiedade e isolamento social também podem estar atrelados à disfagia.
Como ajudar o idoso com disfagia a engolir com mais facilidade?
Para ajudar uma pessoa a recuperar a capacidade de engolir e melhorar a deglutição, é aconselhável adotar as seguintes estratégias:
- Buscar orientação de um fonoaudiólogo: o profissional pode ensinar técnicas e exercícios que permitem uma deglutição mais segura.
- Fazer alterações na dieta: alimentos macios, cremosos e mais fáceis de engolir podem auxiliar o idoso na recuperação da disfagia pós-AVC. Cortar os alimentos em pedaços pequenos, oferecer porções menores e fracionadas ao longo do dia também são dicas que podem ser adotadas.
- Promover ajustes na postura: é importante que a pessoa esteja sentada e mantenha uma postura ereta durante as refeições, pois esse cuidado ajuda a evitar a aspiração.
- Realizar adaptações no ambiente: o ideal é que as refeições sejam feitas em locais tranquilos, sem distrações (incluindo conversas e televisão). O uso de copos adaptados e colheres menores também pode ser uma ajuda eficaz.
Embora existam formas de auxiliar o idoso a lidar com a disfagia que podem — e devem — ser observadas pelos familiares e cuidadores, é imprescindível que tais estratégias sejam acompanhadas por tratamento e supervisão de profissionais de saúde.
Portanto, ao notar sinais de disfagia pós-AVC, comunique imediatamente ao médico e converse com um fonoaudiólogo para obter orientações.
Este post tem 4 comentários
a minha mãe táh com esses sintomas não sei uq fazer
Olá, Isaías.
Acredito que o primeiro passo deva ser procurar por um médico Geriatra ou Neurologista.
É muito importante olhar com cuidado e atenção para esses sintomas, para que não gerem perdas na funcionalidade e qualidade de vida da sua mãe.
Depois da busca pelo médico, pode ser interessante solicitar uma avaliação fonoaudiológica já que este é o profissional capaz de avaliar a função de deglutição e traçar as condutas que gerem maior segurança.
Abraço.
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